A cidade é bonita, bem organizada, limpa e acessível. Estupidamente pacata, como uma grande fazenda colonial onde vivem em certa harmonia senhores, suas mulheres, seus cavalos e seus escravos, todos auxiliados por alguma vantagem tecnológica, jogos de futebol projetados em paredes e um ingênuo bom-humor. Confesso que senti falta dos abafados engarrafamentos de Brasília e de suas caríssimas facilidades culturais. É verdade, o melhor filme em cartaz nessa cidade universitária narra um eletrizante correria por conta de um novo apocalipse.
Falando nela, a universidade é arborizada, bem localizada e aconchegante, sobretudo para seus universitários, que ainda imaturos como todos os estudantes das federais do país, acreditam (ou deveriam acreditar) na apreensão e no desenvolvimento da ciência e do conhecimento. Maconheiro não vi nenhum, assim como pouquíssimos gays, que, segundo uma inscrição no banheiro masculino são demasiado frequentes por aqui. Absolutamente normal: toda universidade que se preze deve necessariamente ser habitada por maconheiros, gays, falsos hippies, nerds e burgueses cuidadosamente desarrumados e politicamente engajados. Todos adoráveis jovens cidadãos construtores de um Brasil do futuro. Ao menos por aqui ninguém se reuniu para agredir nenhuma garota com um micro-vestido. Ponto pros mineiros, que não devem ter problemas com mulheres de perna de fora.
Amanhã à tarde a desiludida aqui volta pra sua vida real, que não é tão diferente de nada disso...
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