quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Digressões, Melancolias e Charlie Brown

Estou blogando da sala de aula enquanto meus queridos alunos realizam uma prova. Esta disciplina que eu resolvi ministrar em dezembro poderia ter sido um pé no saco se a turma não fosse tão bacana; e o engraçado é que é uma galera da matemática, ou seja, espécie de alunos com os quais eu não estou acostumada a lidar. O que importa é que deu super certo, hoje é o último dia de aula e eu enfim entrarei de férias amanhã. Adorei! Hoje também fui à terapia e foi foda... É muito difícil ser gente grande: eu, pelo menos, estou apanhando muito para entrar no mundo adulto. Jung já dizia que não existe amadurecimento sem lágrimas, então, esse é o preço. Começo a considerar que a tal terapia está mesmo fazendo efeito porque eu geralmente me sinto muito em paz comigo nos fins de ano, coisa que não está acontecendo neste especificamente. Não estou em paz, não estou tranquila, não sinto que o ano tenha sido tão produtivo como deveria ser, não estou esperando redenção de fim de ano, enfim, estou um porre!!! Tudo isso porque resolvi me encarar no espelho e não gostei do que vi. Aliás, eu nem sei porque é que eu estou escrevendo isso aqui, se na verdade esse blog não é um diário de confidências íntimas disponiblizadas a todo mundo, eu devia estar falando sobre os livros e filmes que leio e vejo. Pois bem: vou parar com essa digressão pessoal e vou falar da última coisa que li, por sinal, na sala de espera da minha terapeuta: quadrinhos do Charlie Brown. Pobre Charlie Brown! Todos nós sentimos compaixão por ele, porque ele representa todas as nossas frustrações, inseguranças e fracassos na vida. O que dizer de alguém que não recebeu um cartão sequer no Dia dos Namorados, jamais conseguiu fazer voar uma pipa porque todas enganchavam em alguma árvore, nunca ganhou um jogo de beisebol (e nem chutar as bolas seguradas pela Lucy) e, principalmente, jamais teve coragem para falar com a garotinha ruiva e confessar o seu amor?Eu tenho um carinho especial por estes quadrinhos (desenhados por Charles Schulz) e não posso ver um livrinho novo (eles são lançados pela L&PM editora, e são bem baratinhos, já digo logo para os mais muquiranas) que já corro pra ler!!! Viram só: a criatura aqui não pode ficar um pouco mais melancólica que já apela para o Charlie Brown. Que coisa, né?

4 comentários:

Unknown disse...

poxa, pare que tudo se enraíza em nós quando não estamos bem... Pensando bem, não só quando não estamos bem, todo sentimento, quando exteriorizado, tudo que falamos parece ter o mesmo fim.
Mas chega desse papo melancólico, a mim parece estranho ler estas palavras de uma pessoa que transmite apenas alegria e bom humor. Não conheço muito sobre a vida, mas sempre que se sentir assim, lembre-se de tudo de bom que você leva às pessoas e saiba que a imagem que eu vejo de você é de uma mulher poderosa...

Anônimo disse...

Nuvens! Sempre as nuvens...

O espelho é nosso pior inimigo, já o copo de cachaça... esse é brother para todas as horas. Poderiamos então nos embriagar sempre e quebrar os espelhos do mundo com cascos vazios. Sim, seria uma eterna farra se no dia seguinte não acordassemos com uma imensa dor de cabeça e ainda não tivessemos nenhum espelinho para percebermos o quanto estamos descabelados.

Fim de ano, um gigantesco espelho, obriga todos a olhar pra trás, fazer uma maldita avaliação e tirar saldos de nossas vidas. Que bom que tem gente que sorri, porque eu... enfim, não importa!

Por sorte ou por azar, minhas forças não têm limites. Como uma criança mimada, não me satisfaço com o pouco que venho angariando da minha vida. Acredito que não há tristeza que eu viva hoje que o dia de amanhã não possa otimizar!

Emile disse...

Muito bom galera, comentários maravilhosos. Obrigada!!!!

Enrique O.García Juárez disse...

Hola Emile, te deseo felicidades en el año que se aproxima. te invito a leer mi blog, porfa coméntalo:http://poettic.blogspot.com/