quarta-feira, 15 de abril de 2009

Meu domingo no cinema

No meu último domingo, como quase todos eles, fui ao cinema para curar a ressaca da festa de sábado. Assistimos eu e Douglas ao belíssimo documentário Palavra (En)cantada. Não sei se vocês já tiveram essa sensasção, mas o filme é um desses que você não queria que acabasse e podia muito bem ficar ali assistindo por mais duas horas seguidas sem dar por si. Linda discussão em torno da relação entre literatura e cançao popular, o filme de Helena Solberg traz depoimentos de Chico Buarque (de quem estou lendo o último romance que ganhei de presente da Agatha), Adriana Calcanhotto, Maria Bethânia, Lenine, Edu Lobo, Tom Zé e uma porção de gente muito boa que fala sobre seus processos de criação e de como isso pode estar relacionado com o fazer poético. Obrigatório para quem estuda literatura, as entrevistas e canções do filme são muito bem selecionadas e a montagem é tão bem feita que o espectador sai mesmo da sala de cinema com gostinho de queromais! Adorei as entrevistas bizarras com Caetano Veloso na época dos festivais (as respostas que ele dá são impagáveis), o conhecimento da fonética e da musicalidade da língua portuguesa que demonstra o Lenine, a atualidade do discurso de Tom Zé, o encontro de Zeca Baleiro com Hilda Hilst (preciso ter isso!!!) e o belo Chico. Para sempre Chico Buarque de Holanda... Vai aqui o primeiro trecho da letra de Choro bandido que Chico insiste em dizer que não é poesia, e eu insisto em discordar. A música é de Edu Lobo:
"Mesmo que os cantores sejam falsos como eu
serão bonitas, não importa, são bonitas as canções
mesmo miseráveis os poetas os seus versos serão bons
mesmo porque as notas eram surdas quando um deus sonso e ladrão
fez das tripas a primeira lira que animou todos os sons (...)"

Um comentário:

Helder disse...

me deu muita vontade de ver o filme agora!!! que inveja