segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Das várias fugas

O recesso do carnaval neste blog não aconteceu como eu previa e embora eu tenha dito que só voltaria aqui depois da folia, descumpri minha palavra, pois tornou-se urgente pra mim fazer certas reflexões antes que elas me saiam da mente e da ordem de importância. Pois bem, lá vai: tivemos que fugir. Contudo, fugir nem sempre é uma atitude que denota medo ou corvadia. No meu caso, foi cansaço e uma dose de intolerância. "Vamos fugir/ deste lugar, baby/ Vamos fugir/ Tô cansado de esperar/que você me carregue" (Gil). Pensando nessa história me lembrei dos filmes de ação que sempre representam fugas interessantíssimas, como aquela do Tim Robins em Um sonho de liberdade do diretor Frank Darabont, ou Beatrix Kiddo (ou a Mamba Negra, como preferirem) fugindo do hospital sem conseguir sequer mexer os dedos em Kill Bill (Tarantino). E, como não poderia deixar de constar aqui, a maior fuga do cinema: A fuga das galinhas!!! "Não adianta fugir/nem mentir pra si mesmo/ Agora há tanta vida lá fora..." (Lulu)Exemplos infinitos... O dicionário Houaiss me atentou para o fato quase esquecido de que a palavra fuga também é um termo utilizado na música e significa precisamente: forma de composição em que um mesmo tema é repetido sucessivamente por várias vozes ou instrumentos. Eu gostei muito de saber disso e é claro, não deixaria de citar o belíssimo filme de Truffaut Amor em fuga cujo mote é de fato as repetidas aventuras e desventuras amorosas de Antoine Doinel. Nesta acepção musical, tivemos também algumas temáticas em fuga neste primeiro tempo de carnaval: 1) o jogo uno, 2) a cerveja, 3) Amy Winehouse e os sambas de Maria Rita e 4) o verdadeiro motivo da fuga.
De qualquer forma, o ato de fugir já era previsto esses dias, já que estou correndo do carnaval como o diabo da cruz, e, paradoxalmente estou correndo do fim do carnaval também, já que ele representa o início da vida dura que eu vou levar o ano todo. Termino o post fazendo uma apologia à preguiça, aos filmes da minha tv a cabo e ao edredom, ao mesmo tempo em que desdenho o verão, o carnaval, e o que mais vier embutido: "Enquanto eu fujo você preparou /Qualquer desculpa pra gente ficar /E assim a gente não sai /Esse sofá tá bom demais /Deixa o verão pra mais tarde" (Rodrigo Amarante)

6 comentários:

Bibi disse...

É incrível como a "fuga" veste bem certas ocasiões. E, só não me atrevo a dizer todas, porque é querer demais. Seria impossível. Utópico.

No mais, está valendo as fugas mais simples, e as conexões feitas a elas: música, filmes, a cerveja, o uno - adoro -, a nossa amiga Amy... E o quarto motivo, prefiro não comentar.

E, o mais triste de tudo, como já foi citado, fugir do termino da fuga. Mas quer saber? Não, não é triste. Triste seria se a fuga se desgastasse...

Bibi.

Emile disse...

Bibi, como sempre, você arrasa!
Beijo!

Fast Fashion disse...

Hahahahahahha....

Massa...

Beijooo!

Unknown disse...

Me fez lembrar a música do Manu Chao em que ele canta os motores da sua fuga: "...Yo llevo en el cuerpo un dolor
Que no me deja respirar
Llevo en el cuerpo una condena
Que siempre me echa a caminar..."

Que a nossa fuga seja mais simples, apesar de às vezes ser necessária.

Unknown disse...

foi extremamente necessário, a vida ou melhor o quarto motivo nos leva sempre a essas ação.


estamos livres
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkk

iara ribeiro

Digs! disse...

Muitoo Bom.
Íncrivel todas essas diversas definições de "fuga", melhor ainda o quarto motivo. rsrs.

No mais, foi tudo muito bom, tanto pré-fuga, quanto pós-fuga. rsrs

Beijão!!