Estou indo ao Festival Internacional de Cinema que está acontecendo na Academia de tênis até domingo. Já vi uma porrada de coisa, vou listar aqui os melhores até agora (por que ainda não vi Domingos Oliveira nem Karin Aïnouz):
1. Insolação: todo filmado em Brasília, é tão indigesto quanto original. O diretor é Felipe Hirsch em parceria com Daniela Thomas. A cidade está tão deserta quanto as desilusões amorosas das personagens. Muito seco e dolorido... Otávio saiu do cinema tão abalado que deixou carteira, chave de carro, tudo pra trás!
2. Tokyo!: três curtas ma-ra-vi-lho-sos que elegem como espaço a capital nipônica. A mulher que vira cadeira de Michel Gondry é impagável, o maluco ininteligível que aterroriza as ruas de Tóquio de Leon Carax é hilário e, por fim, a sensível história de amor de um maluco antisocial e a entregadora de pizza com uma série de botõezinhos tatuados do diretor Bong Joon-ho é muito bonita.
3. Anticristo: Esse eu já tinha visto em casa porque o Fábio Crispim conseguiu baixar da internet, mas é um dos pontos fortes do FIC. História macabra de um casal em crise por conta da morte do filho. Temática assustadora, montagem impecável e fotografia linda, em homenagem a Tarkovski.
4. No meu lugar: ótima direção de Eduardo Valente, adorei a montagem fragmentada, os raccords enganadores e os pontos de vista da câmera. Vale muito a pena!
5. Secret sunshine: Outra história de mães desesperadas. Dessa vez, assim como Sandra Corveloni em Linha de passe (Walter Salles, 2008), Do-yeon Jeon ganhou o Prêmio de melhor atriz em Cannes em 2007. Gostei bastante do roteiro, e, principalmente, da resolução.
6. Mother: Roteiro brilhante e atuação impecável, Mother é a história de uma mãe que faz o impensável para salvar o filho deficiente de uma acusação de assassinato. A direção é de Boong Joo-ho, o mesmo de uma dos curtas de Tokyo!
7. Maradona by Kusturica: Eu adoro Kusturica desde o primeiro filme dele que assisti: Gato preto, gato branco. Mas este é uma agradável surpresa porque tem como personagem principal o maluco do Maradona. Amigo do diretor sérvio, o jogador se apresenta em inúmeras facetas: revolucionário, dependente químico, líder religioso, pai preocupado e esposo fiel. Me tornei fã desse argentino safado, depois desse filme.
8. Ervas daninhas: Aula de roteiro de Alan Resnais. Aí está um exemplo genuíno de como se deve contar uma história. Personagens marcantes, movimentos de câmera maravilhosos, enfim, é um deleite assistir Resnais. Cinema de verdade.
9. El niño pez: da mesma diretora de XXY, a argentina Lucía Puenzo prova que, assim como Lucrecia Martel, as mulheres hermanas mandam muito bem por detrás das câmeras. Bela história sobre amores e identidades.
10. O caçador: thriller de tirar o fôlego. Brutal como a maioria dos filmes de ação da Coréia, este, do diretor Hong-Jin Na, não poupa sangue, nem correria, nem porrada. Adoro a forma trágica como as ações se desenvolvem e culminam num final triste e desolador.
11. Coco: Levíssima comédia de Gad Elmaleh (que é também apresentador de stand up comedy). Achei ótimo o uso das cores, das luzes e da trilha sonora nesta história hilária. A personagem principal, um milionário emergente que faz de tudo para aparecer e obter a aprovação das pessoas me lembrou um certo dono de faculdade que eu conheço. Divertidíssimo!
Um comentário:
'Tokyo' é lindíssimo!!!
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