Enquanto a minha vida não volta definitivamente ao normal, dez coisas aleatórias que eu considero que devem ficar registradas aqui:
1. Desculpem-me, leitores deste blog, jurei muitas vezes não deixá-lo às moscas mas não pude cumprir o prometido.
2. Sinto saudades do Eduardo e me sinto culpada por não ter me esforçado para ir vê-lo em Goiânia antes dele ficar doente. Sabe aquela coisa: "... puxa, que saudade, a gente se vê qualquer dia desses, vamo combinar...". Pois é; não deu tempo.
3. Tenho palestra para apresentar dia 7 de outubro num congresso mega importante e não escrevi nenhuma linha ainda. É por esse tipo de comportamento que às vezes é muito difícil ser eu mesma.
4. Existem várias coisas difíceis de ter no mundo de hoje. Duas delas me chamam mais a atenção: equilíbrio e caráter.
5. Diante de acontecimentos inenarráveis ocorridos estes últimos dias descobri o que já era óbvio e eu me esforçava pra não (querer) ver: escolhi a profissão errada. Ser testemunha da agressão de um aluno a um dos maiores professores que eu já conheci na minha vida é um fato definitivo na minha carreira: num mundo bárbaro e selvagem como esse, ser professor é uma piada.
6. Assisti Brüno, o novo filme daquele maluco que fez Borat. Estupidamente provocador. Até agora não sei se gostei ou não.
7. O último capítulo da novela das oito fez as pessoas debaterem sobre crime, castigo e perdão. Tá bom pra você, Dostoievski?
8. No livro do Gay Talese que eu tô lendo há alguns capítulos sobre a luta contra o racismo nos Estados Unidos nos anos 60. Um dos personagens relembra uma idéia de Martin Luther King que agora não me sai da cabeça e que é mais ou menos isso: se não houver nada pelo que uma pessoa se disponha a morrer, ela não merece viver.
9. A beleza é uma espécie de miragem. E as imagens de alta definição dos canais HD também são. Elas pretendem fazer você acreditar que o mundo é belo.
10. Deve ser um mal do nosso tempo, mas eu vou confessar sem arranjar outras desculpas: às vezes eu me canso das pessoas com muita rapidez.
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